Bispos de várias partes do mundo continuam reunidos no Sínodo que acontece no Vaticano desde o último domingo, 4. Na manhã desta quarta-feira, 7, três deles conversaram com a imprensa sobre os trabalhos dos círculos menores, uma discussão em grupos divididos por idiomas.
Presentes na coletiva de hoje Dom Salvador Piñeiro (Peru), Dom Laurent Ulrich (França) e Dom Charles Joseph Chaput (EUA). Mediando a conversa, o diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, padre Federico Lombardi.
Dom Ulrich comentou a riqueza de se trabalhar em conjunto, nos círculos menores, sobre um sujeito delicado e completo como a família. “A família nos ajuda a nos confrontarmos com nós mesmos e passar por cima das nossas diferenças.”
Essa harmonia que a discussão em grupos divididos por idiomas proporciona também esteve na fala de Dom Piñeiro, que participa do círculo de língua espanhola. Além desse aspecto, o arcebispo citou a importância dessa colegialidade entre os bispos e do acompanhamento do Santo Padre. “O ambiente fraterno vai ajudar para seguir nas reflexões e voltarmos às igrejas com novos projetos para cuidar da família”.
Dom Piñeiro lembrou que Deus chama o casal para que sejam esposos e pais e a Igreja precisa acompanhar as famílias nesse caminho. Porém, embora haja o consenso de que a família é célula base da sociedade, ainda há espaço para aspectos contrários a isso, como casos de divórcio e aborto. “Temos que apostar no Evangelho de Jesus que é de vida e esperança e pela família”, declarou.
A intervenção de Dom Chaput, dos EUA, na coletiva de hoje recordou o recente Encontro Mundial das Famílias, realizado na Filadélfia em setembro passado. “O objetivo do encontro das famílias era celebrar a vida familiar, os participantes foram embora com mais confiança no futuro”, disse.
Esse encontro mundial, que foi animado também pela presença do Papa Francisco, reuniu famílias do mundo inteiro, que vivem realidades distintas. Essa diversidade de contextos familiares constitui, inclusive, um dos desafios do Sínodo, e não passou despercebida por Dom Chaput. “É importante no Sínodo trabalhar pelos problemas relevantes não só a um país, mas a todos os países (…) Nossa audiência é imensa, temos que ter em conta essa diversidade (…) Temos que ter cuidado com nossa linguagem para não ferir as pessoas, mas também temos que ser fiéis à doutrina da Igreja ”.
Em especial, Dom Chaput recordou o tema do homossexualismo, assunto polêmico que deve ser discutido no Sínodo. “Estou certo de que o tema do homossexualismo será objeto de discussão e espero encontrar palavras que acolham, e não firam”.
As coletivas de imprensa têm sido realizadas diariamente para informar aos jornalistas o andamento do Sínodo. Na conversa de hoje, padre Lombardi acrescentou que os padres sinodais são livres para publicar suas intervenções ou conceder entrevistas à imprensa.
Nenhum comentário:
Postar um comentário