Celebramos neste domingo, 10 de maio, o dia das mães. É um dia especial, em que celebramos a ternura e o carinho daquela que coopera com a ternura maior e infinita de Deus, o Criador, Aquele que é o amigo da vida e que, chamando os homens e as mulheres à existência, manifesta o seu grande amor, comunicando a vida e a sua infinita graça. Lembramos aquela que foi escolhida para ser a Mãe do Senhor Jesus, modelo de mulher crente, obediente à Palavra de Deus e, na liberdade, aceita o plano divino, que é sempre de tornar o homem e a mulher felizes, porque libertos da escravidão do pecado. Em Maria, a Virgem de Nazaré, Deus realiza e concretiza o seu desejo de comunhão e de amizade com o ser humano.
Com certeza, os nossos sentimentos são de gratidão, de louvor e de festa pelas mães. É preciso amar este ser que doa a vida, que se sacrifica, que suporta as dores, que manifesta suas preocupações e que reza constantemente para que o futuro dos filhos seja um futuro promissor. Neste sentido, como não rezar pelas mães que sofrem desprezo, abandono ou que se sentem desanimadas ou cansadas por tudo o que sofrem pelos filhos. E ainda, quantas mães trabalham tanto para sustentar seus filhos, às vezes até sozinhas, como mães sem maridos, mães solteiras, mas, como disse Papa Francisco simplesmente mães, mulheres corajosas, determinadas e que jamais deixaram de contar com a benevolência e a misericórdia.
A Igreja é chamada a acolher, a acompanhar e a valorizar essas mulheres, criadas por Deus, não para serem tratadas com humilhações, como se fossem de “segunda classe”, como se fossem objeto ou condenadas ao serviço escravo do tráfico humilhante, desumano e anticristão, pois desdenham e jogam na lama a dignidade humana. O Papa Francisco, na Exortação apostólica Evangelii gaudium (A alegria do Evangelho), manifesta a sua angústia diante da situação daquelas mulheres que padecem situações de exclusão, maus-tratos e violência, e afirmou que, “entre elas, encontramos continuamente os mais admiráveis gestos de heroísmo quotidiano na defesa e cuidado da fragilidade das suas famílias” (PAPA FRANCISCO. Exortação apostólica Evangelii gaudium, 212).
A mensagem da Igreja para as mães é sinal da benevolência e misericórdia do Deus amor. O próprio Deus, apresentado por Jesus como Pai amoroso, clemente e misericordioso, manifesta toda sua atenção às mães, não só quando se preocupa com aquelas mulheres que, sendo estéreis ou de idade avançada, não tinham a alegria de ser mãe (cf. Gn 18,9-15, cf. 17,18-19; Jz 13,1-5, a mãe de Sansão; 1Sm 1,1-28, Ana, mãe de Samuel; Lc 1,1-27, Isabel, mãe de São João Batista),mas, numa passagem especial mostra toda a sua atenção ao amor de uma mãe, ao assumir que o seu amor é como o de uma mãe que nunca se esquece dos seus filhos: Is 49,14-15.
O nosso olhar se volta para aquela que é modelo de mãe. Na Virgem Maria, da qual nasceu Jesus (Mt 1,16), a Igreja reconhece que a dignidade da maternidade é revalorizada. Assim se expressa a liturgia do Tempo do Advento: “em Maria, Mãe de todos os seres humanos, a maternidade, livre do pecado e da morte, se abre para uma nova vida” (MISSAL ROMANO. Prefácio do Advento II-A). Essa nova vida, que para nós é reconhecida no Batismo, é graça de Deus. Ao proclamar a beleza da maternidade somos chamados a ter uma mentalidade conforme à Revelação divina, e engrandecer as mães, neste dia.
Que a Virgem Mãe, Mãe de Deus e nossa, cubra com seu manto todas as mães e que elas sejam sempre agraciadas com a ternura divina.
Dom Jaime Vieira Rocha
Arcebispo de Natal
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