Desde o dia 27 de abril encontra-se em nossa Diocese de São João da Boa Vista a imagem peregrina de Nossa Senhora da Conceição Aparecida.
Toda esta peregrinação que movimentará todas as dioceses do Brasil irá até 2017, quando estaremos celebrando os 300 anos que sua imagem foi encontrada por “três benditos pescadores no Rio Paraíba do Sul”.
300 anos de Bênçãos é o tema desta peregrinação. Bênçãos a todo o povo brasileiro nos ensinando, pela sua cor morena, que todos somos filhos e filhas de Deus. Convocando-nos a construir a fraternidade e a igualdade, fruto de uma consciência cristã que nos ensina a derrubar muros e construir pontes, não somente no que diz respeito à todas as raças e cores, mas a todo tipo de pensamento e cultura, e atitudes e práticas que possam gerar exclusão, intolerância, violência e morte. A simplicidade da Imagem Aparecida nos ensina que nenhum ser humano é menor e menos digno. Perante nosso Pai e nossa Mãe somos todos especiais e cabe-nos fazer nossa parte para que isto se torne sempre realidade.
Também diante da imagem de Aparecida “rompem-se as correntes da escravidão”. Escravidão a que estava submetido não somente o povo negro, mas todos os povos que honram nosso solo brasileiro. Liberdade alcançada e tantas outras a serem conquistadas, pois apesar de tantos obstáculos vencidos ainda somos uma nação acorrentada a tantas injustiças. Ou como disseram nossos bispos reunidos em Aparecida nestes últimos dias: “A corrupção, praga da sociedade é pecado grave que brada aos céus (cf. Papa Francisco – O Rosto da Misericórdia, n. 19), está presente tanto em órgãos públicos quanto em instituições da sociedade. Combatê-la, de modo eficaz, com a consequente punição de corrompidos e corruptores, é dever do Estado. É imperativo recuperar uma cultura que prima pelos valores da honestidade e da retidão. Só assim se restaurará a justiça e se plantará, novamente, no coração do povo, a esperança de novos tempos, calcados na ética”.
D. David e outros bispos da Arquidiocese de Ribeirão Preto recebendo a imagem jubilar das mãos do reitor do Santuário Nacional de Aparecida. |
Saindo daquelas redes veio ao nosso encontro para morar no santuário de nossas vidas. Para que se tornando nossa mãe buscássemos Aquele que nos fez seus filhos, quando na cruz disse ao discípulo: “Eis aí sua mãe. E, eis aí o seu filho” Jo 19, 26. E nos encontrando com seu Filho o milagre das redes cheias de peixes se atualiza em pessoas e famílias, grupos e comunidades que se empenham na construção do Reino de Deus. Reino que significa paz, perdão, mesa farta, saúde.
E certamente é tudo isso que experimentamos quando trilhamos os mesmos caminhos de Maria. Daí a atitude de milhares de devotos que se dirigem ao Santuário de Aparecida. Para lá vão para agradecer e suplicar. E certamente a Mãe acolhe a todos e os envia para a grande tarefa que é a vida. Acolhe e envia para a missão de ser família, ser Igreja viva a serviço do amor e da misericórdia.
Mas agora é Ela, que em sua imagem vem ao nosso encontro. Vamos acolhê-la como mãe, de cujas mãos recebemos o seu Filho Jesus, nosso Salvador. E a ela suplicamos, que em sua força e poder, nos mantenha nas pegadas do Cristo Vivo, “nosso irmão Primogênito”.
Pe. João Marcos Moreira
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