segunda-feira, 25 de maio de 2015

Em entrevista à jornal argentino, papa Francisco diz como é ser papa

Uma entrevista sobre vários assuntos, centralizada, sobretudo, no que significa “ser Papa”. Assim foi a entrevista que o Papa Francisco concedeu ao jornal argentino “La Voz del Pueblo” em sua residência no Vaticano, a Casa Santa Marta. 

O Santo Padre fala da sua relação com o povo, do seu amor pelos pobres, de como passa seus dias, suas esperanças e preocupações.

“Gostaria tanto de ir comer uma pizza”, brinca o Papa com o jornalista Juan Berretta, “sempre fui um ‘andador’ e isso é uma coisa da qual sinto falta”. O jornalista perguntou ao Papa porque ele sempre pede que as pessoas rezem por ele. “Porque preciso disso. Preciso que a oração do povo me apoie. É uma necessidade interior”.

A entrevista é marcada por relatos inéditos sobre a vida pessoal do Papa “vindo do fim do mundo”. Jorge Mario Bergoglio diz que nunca tinha pensado em ser eleito como Bispo de Roma. Mas ao mesmo tempo, ele explica que a vida de um religioso jesuíta muda conforme as necessidades e, quando foi escolhido Papa, confiou-se totalmente a Deus, com a oração do Rosário.

O Papa e o povo

Francisco também fala na entrevista sobre o seu relacionamento com o povo e, em particular, sobre o “magnetismo” que gera nas pessoas. “Não sei bem porque isso acontece”, diz o Papa, admitindo, porém, que é como se o povo compreendesse aquilo que ele quer dizer.

“Tento ser concreto e isso que vocês chamam de magnetismo certos cardeais dizem que tem a ver com o fato de que o povo me entende”. De resto, ele diz que estar com o povo faz bem para ele, é como se sua vida se misturasse com o povo. “Psicologicamente não posso viver sem isso”.

Ele conta quais são as coisas de que mais sente falta em relação aos seus anos na Argentina: andar pelo caminho e ir a uma pizzaria comer uma pizza. “Mas pode pedi-la e fazer com que a entreguem (a pizza) no Vaticano”, observou o jornalista. “Sim, mas não é a mesma coisa. O bom é ir lá. Eu sempre fui um caminhador. Quando cardeal, me encantava andar pelos caminhos”.

O Papa tem “sono pesado”

Entrando mais na rotina de Francisco, o jornalista pergunta se o Papa consegue dormir tranquilo apesar das tensões relacionadas ao seu papel. O Papa diz que tem um sono tão profundo que deita na cama e dorme, seis horas por dia.

“Normalmente às 21h vou para o quarto e leio até quase às 22h, quando meus olhos começam a lacrimejar apago a luz e durmo até às 4h, quando me levanto sozinho, é o meu relógio biológico”.

Porém, Francisco não dispensa a “siesta”, ou seja, um pequeno repouso durante o dia. “Preciso dormir de 40 minutos a uma hora, tiro os sapatos e vou pra cama”, conta o Papa.
Com informações: Canção Nova e Rádio Vaticano

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