A vinda de Cristo e sua presença entre nós já é um fato. Ele continua presente na Igreja e no mundo, prolongando-se até o final dos tempos. Mas, se Cristo está presente, que sentido tem esperar sua vinda?
A liturgia celebra o mistério de Cristo, ao mesmo tempo presente e ausente; posse e herança; graça e promessa. Portanto, o Advento se situa entre o “já” e o “ainda não” da salvação de Cristo.
Na verdade, Ele está presente entre nós; sua presença, porém, não é ainda total, definitiva. Bilhões de pessoas ainda não ouviram a mensagem do Evangelho, não reconheceram Cristo, não pertencem à sua Igreja.
Constatamos também que o mundo ainda não foi ainda inteiramente reconciliado com o Pai e muito falta para que a Boa Nova atinja e transforme todas as esferas do mundo e da história. É preciso, portanto, continuar anunciando a vinda do Senhor e implorar: “Venha a nós o vosso Reino”!
PLENITUDE E ESPERANÇA
A partir da vinda histórica já realizada no Natal, celebramos, na esperança, a vinda definitiva do Senhor no final dos tempos. Portanto, o Natal é antecipação de sua vinda gloriosa.
Nossa esperança não é vã e sem significado. Enquanto Cristo não for tudo em todos para a glória de Deus Pai, temos motivos para aguardar a plena realização do Reino de Deus. Dessa forma, a cada ano, nossa espera torna-se mais intensa, mais ardente, mais comprometida.
São Bernardo abade, comentando o espírito que deve perpassar esse tempo, comenta:
“Guarda, pois, a palavra de Deus, porque são felizes os que a guardam; guarda-a de tal modo que ela entre no mais íntimo de tua alma e penetre em todos os teus sentimentos e costumes. Alimenta-te deste bem e tua alma se deleitará na fartura” (Sermão V: “in adventum Domini”).
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