Nesse sábado, dia 25 de julho, celebramos a memória de São Cristovão, padroeiro dos motoristas. Queremos lembrar de todos esses profissionais que arriscam suas vidas nas estradas do Brasil e em nossas cidades. Peçamos a interseção de São Cristovão na construção de um trânsito mais humano e fraterno, onde a vida seja tratada como prioridade.
Pouco ou quase nada se sabe sobre sua infância, seus pais, sua origens. Sabe-se porém, que era um homem de linhagem Cananéia, era muito alto e forte, talvez mais de dois metros e meio e de aparência nada atraente: seu nome era “Réprobo”!
Quando muito jovem trabalhou com o Rei de Canaã, por sua aparência forte era requisitado para os serviços pesados e de segurança. Enquanto prestava serviços ao rei, veio-lhe à mente procurar o maior príncipe existente no mundo e a ele servir.
Foi muito longe a sua procura e quando o encontrou, acreditou ser o mais poderoso . O rei quando o viu tomou-o para o seu serviço particular e o fez habitar em sua corte.
Durante uma festa na corte, um famoso menestrel cantou para sua majestade, cantigas diversas, e uma certa cantiga citava constantemente o demônio. O rei, que era um homem cristão, ao ouvi-lo mencionar o demônio, traçava o sinal da cruz em sua fronte. Ao ver o rei traçar o sinal da cruz, ficou curioso e perguntou que sinal era aquele e porque fazê-lo. Como o rei não queria responder, ele disse: “Se não me disserdes, não mais trabalharei para ti!” Então o rei lhe explicou dizendo: “Sempre que ouço mencionar o nome do demônio, faço o sinal da cruz para me prevenir de suas ciladas, a fim de que não me faça mal”.
- Temeis que o demônio vos possa fazer mal? perguntou Cristóvão! Então o demônio é mais poderoso e maior do que vós. Por isso fui enganado em minha esperança, pois acreditei ter encontrado o maior e o mais poderoso senhor do mundo. Vou continuar minha busca, e sei que encontrarei o rei mais poderoso do mundo. Despediu-se e partiu.
Cristóvão apressou-se a ir ao encontro do demônio. Quando passava por um grande deserto avistou um exército no meio do qual destacava-se um soldado de aparência horrível e cruel que, aproximando-se dele, lhe perguntou qual era o seu destino, e Cristóvão respondendo, disse-lhe: “Estou à procura do demônio, para que seja meu senhor!". E o feioso respondeu: “Eu sou quem procuras”. Então Cristóvão ficou contente e pediu-lhe para ser seu servo. Foi prontamente aceito e seguiu seu caminho como seu novo senhor!
Caminhavam juntos quando, de repente, ao avistar a Santa Cruz, o demônio ficou apavorado e fugiu, deixando o caminho, e fazendo um grande desvio cansativo e longo, retornou a viagem à longa distância da Cruz.
Cristóvão ficou intrigado com o longo desvio e perguntou ao demônio, em tom de ameaça, qual o seu motivo; ao que o demônio, a contra gosto, explicando, respondeu-lhe: “Houve um homem chamado Jesus Cristo que, por meio de Sua morte na Cruz, trouxe a salvação para a humanidade, e quando vejo Seu sinal, fico apavorado e fujo dele”. Cristóvão disse-lhe: “Então Ele é maior e mais poderoso que tu, já que tens medo de Seu sinal, e eu agora compreendo que te servi em vão. Vou agora encontrar o meu senhor e rei”.
Procurou por longo tempo e sempre perguntando por Jesus Cristo. Certo dia encontrou um eremita que lhe disse: “Este rei a quem procuras pede de ti uma vida de jejum e oração!”. Cristóvão respondeu-lhe: “Jejuar não posso e não consigo e de orar nada entendo. Pede-me qualquer coisa!”. O eremita lhe disse: “Conheces aquele rio de difícil travessia, onde muitos se perderam? Então pela tua estatura física poderás ajudar muitas pessoas a atravessá-lo”. Cristóvão respondeu-lhe: “Sem dúvida, este serviço posso fazê-lo com muita alegria e por amor ao Rei Jesus”. Construiu sua choupana ali perto e passou a executar sua missão.
Certa vez, quando dormia, ouviu uma voz de criança a chamá-lo: “Bom homem, sai de dentro e vem carregar-me até a outra margem”.
Cristóvão pôs aquela criança nos ombros, apanhou seu cajado e entrou no rio. A água do rio começou a subir, seu volume parecia aumentar, e a criança pesava como chumbo. Cristóvão ficou angustiado e temia afogar-se. Conseguiu escapar daquela situação com muito esforço e com segurança colocou a criança em terra firme dizendo a ela: “Menino, pesas tanto como seu tivesse o mundo sobre os meus ombros”. “Bom homem, respondeu-lhe o menino, não te espantes, pois não só carregaste o mundo inteiro como também o dono do mundo. Eu sou Jesus Cristo, o Rei que estás a servir neste mundo, e, para que saibas que digo a verdade, põe teu cajado no chão junto à tua casa e amanhã verás que ele estará coberto de flores e de frutos”. O menino desapareceu e, na manhã seguinte, seu cajado havia se transformado numa bela folhagem florida.
Cristóvão partiu para Lícia, lá foi ao encontro dos cristãos que estavam presos, para confortá-los, e, quando foi descoberto, apanhou o desafiou seus perseguidores. Jogou seu cajado no chão e pediu ao Senhor que repetisse o prodígio, e seu cajado floriu diante de uma grande multidão e mais de oito mil pessoas foram convertidas.
Os soldados levaram Cristóvão, nome dado depois do batismo, diante do rei.
De todas as formas e com mil propostas o rei tentou dissuadi-lo de sua fé: tudo em vão. Sua fé era uma rocha firme.
Cristóvão foi preso, o rei mandou levar a prisão duas jovens belíssimas, eram Nicéia e Aquilina, foram contratadas para fazê-lo pecar. Depois de muita oração, Cristóvão conseguiu convertê-las ao cristianismo, e em nome de Cristo foram martirizadas.
Tormentos cruéis o rei ordenou que executassem a Cristóvão: nada atingia nosso santo. Uma flecha disparada contra ele atingiu o tirano deixando-o cego. Cristóvão lhe disse: “Tirano, vou morrer amanhã. Fazei um pouco de lama misturada ao meu sangue, ungi com ela o vosso olho e sereis curado”.
No dia seguinte depois de suas orações, foi decapitado. O rei meio incrédulo fez o que Cristóvão dissera e no mesmo instante ficou curado.
O rei, sua corte e seus súditos creram em Cristóvão, e assim o nosso santo conduzira a Cristo uma multidão de convertidos, e sua fama se espalhou sem muita dificuldade!
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