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sábado, 9 de maio de 2015

Dia das Mães - Mãe: expressão de ternura e amor


Celebramos neste domingo, 10 de maio, o dia das mães. É um dia especial, em que celebramos a ternura e o carinho daquela que coopera com a ternura maior e infinita de Deus, o Criador, Aquele que é o amigo da vida e que, chamando os homens e as mulheres à existência, manifesta o seu grande amor, comunicando a vida e a sua infinita graça. Lembramos aquela que foi escolhida para ser a Mãe do Senhor Jesus, modelo de mulher crente, obediente à Palavra de Deus e, na liberdade, aceita o plano divino, que é sempre de tornar o homem e a mulher felizes, porque libertos da escravidão do pecado. Em Maria, a Virgem de Nazaré, Deus realiza e concretiza o seu desejo de comunhão e de amizade com o ser humano.

Com certeza, os nossos sentimentos são de gratidão, de louvor e de festa pelas mães. É preciso amar este ser que doa a vida, que se sacrifica, que suporta as dores, que manifesta suas preocupações e que reza constantemente para que o futuro dos filhos seja um futuro promissor. Neste sentido, como não rezar pelas mães que sofrem desprezo, abandono ou que se sentem desanimadas ou cansadas por tudo o que sofrem pelos filhos. E ainda, quantas mães trabalham tanto para sustentar seus filhos, às vezes até sozinhas, como mães sem maridos, mães solteiras, mas, como disse Papa Francisco simplesmente mães, mulheres corajosas, determinadas e que jamais deixaram de contar com a benevolência e a misericórdia. 

A Igreja é chamada a acolher, a acompanhar e a valorizar essas mulheres, criadas por Deus, não para serem tratadas com humilhações, como se fossem de “segunda classe”, como se fossem objeto ou condenadas ao serviço escravo do tráfico humilhante, desumano e anticristão, pois desdenham e jogam na lama a dignidade humana. O Papa Francisco, na Exortação apostólica Evangelii gaudium (A alegria do Evangelho), manifesta a sua angústia diante da situação daquelas mulheres que padecem situações de exclusão, maus-tratos e violência, e afirmou que, “entre elas, encontramos continuamente os mais admiráveis gestos de heroísmo quotidiano na defesa e cuidado da fragilidade das suas famílias” (PAPA FRANCISCO. Exortação apostólica Evangelii gaudium, 212).

A mensagem da Igreja para as mães é sinal da benevolência e misericórdia do Deus amor. O próprio Deus, apresentado por Jesus como Pai amoroso, clemente e misericordioso, manifesta toda sua atenção às mães, não só quando se preocupa com aquelas mulheres que, sendo estéreis ou de idade avançada, não tinham a alegria de ser mãe (cf. Gn 18,9-15, cf. 17,18-19; Jz 13,1-5, a mãe de Sansão; 1Sm 1,1-28, Ana, mãe de Samuel; Lc 1,1-27, Isabel, mãe de São João Batista),mas, numa passagem especial mostra toda a sua atenção ao amor de uma mãe, ao assumir que o seu amor é como o de uma mãe que nunca se esquece dos seus filhos: Is 49,14-15.

O nosso olhar se volta para aquela que é modelo de mãe. Na Virgem Maria, da qual nasceu Jesus (Mt 1,16), a Igreja reconhece que a dignidade da maternidade é revalorizada. Assim se expressa a liturgia do Tempo do Advento: “em Maria, Mãe de todos os seres humanos, a maternidade, livre do pecado e da morte, se abre para uma nova vida” (MISSAL ROMANO. Prefácio do Advento II-A). Essa nova vida, que para nós é reconhecida no Batismo, é graça de Deus. Ao proclamar a beleza da maternidade somos chamados a ter uma mentalidade conforme à Revelação divina, e engrandecer as mães, neste dia.

Que a Virgem Mãe, Mãe de Deus e nossa, cubra com seu manto todas as mães e que elas sejam sempre agraciadas com a ternura divina.
Dom Jaime Vieira Rocha
Arcebispo de Natal

sábado, 2 de maio de 2015

Maio, mês de Maria: a devoção do povo brasileiro nas contas do Santo Rosário


Mês de maio, mês de Maria! Grandes são as manifestações de amor e devoção à Santíssima Virgem Maria, Mãe do povo, que está atenta às suas necessidades e vem ao socorro dos seus. Mãe de grande veneração, que atrai multidões aos seus santuários tanto aqui no Brasil como pelo mundo. Terei a alegria de estar no Santuário de Fátima, em Portugal, para consagrar os jovens da JMJ a Maria, juntamente com o desejo do Santo Padre o Papa Francisco de consagrar a ela seu pontificado.

A oração da Ave Maria, tão bíblica e eclesial ao mesmo tempo, nos situa sempre nesse mistério. Oração de grande beleza, foi sendo proclamada pelo próprio Deus, através do Arcanjo Gabriel: “Ave, cheia de graça! O Senhor esta contigo!” (Lc 1,28), saudação inicial do Mistério da Encarnação, confirmada por Isabel, “Tu és bendita entre as mulheres e é bendito o fruto do teu ventre!” (Lc 1,42) e gerada no coração dos cristãos ao longo dos séculos: “Santa Maria, Mãe de Deus, rogai por nós, pecadores, agora e na hora da nossa morte!”.

Por esta oração entramos na intimidade com a Trindade Santa; é a saudação que dirigimos a Maria, pois foi a oração proferida pelo próprio Deus. Grandes são os benefícios dos fiéis que recorrem a esta Boa Mãe. Muitos santos pregaram que tendo a Salvação do mundo começado pela Ave-Maria, a salvação de cada alma em particular está ligada a esta oração. (São Luís Maria Grignion de Montfort, T.V.D. n 249).

São Bernardo de Claraval nos ensina que “clama Maria com fervor, e ela não deixará de lado a tua necessidade, pois ela é misericordiosa ou, melhor, a mãe da misericórdia”. Essa misericórdia foi buscada pelos fiéis leigos, pelo século XII, que teceram o Rosário, exercício de oração composto por dezenas da mais bela oração – a Ave-Maria – que, como Orvalho do Céu, embeleza um rosal, um campo de rosas.

O Rosário torna-se uma oração de grande estima por parte dos leigos e recomendada constantemente por Papas, como o Papa Beato João Paulo II: “O Rosário é minha oração predileta. Oração maravilhosa! Maravilhosa na simplicidade e na profundidade”. Oração de grande valor diante da Virgem Maria, que aos pastorinhos de Fátima, em 19 de agosto de 1917, recomenda “Quero que continueis a rezar o Terço todos os dias. Rezai, rezai muito e fazei sacrifícios pelos pecadores!”.

N. Senhora do Rosário confiou à S. Domingos,
nosso padroeiro, e à santa Catarina de Sena
a difusão do rosário pelo mundo.
São Luís Maria Grignion de Montfort nos ensina que o Rosário, ou o Santo Terço, eleva-nos ao conhecimento de Jesus Cristo, purifica nossas almas do pecado, torna-nos vitoriosos sobre todos os nossos inimigos e fáceis à prática das virtudes. Este santo ainda nos ensina que para conhecer se uma pessoa é de Deus, é preciso verificar se ela gostar de rezar a Ave-Maria e o Terço, pois quem é de Deus sempre gosta e inspira os outros a rezarem.

Ao contemplarmos os quatro mistérios do Rosário: gozosos, luminosos, dolorosos e gloriosos, contemplamos a vida de Nosso Senhor e a presença discreta, mas atuante, de Maria durante toda a História da Salvação. De fato, sobre o fundo das palavras da Ave-Maria passam diante dos olhos da alma os principais episódios da vida de Jesus Cristo, como nos ensina o Beato João Paulo II. O Rosário é profundamente cristológico, pois nos fala dos mistérios de nossa salvação e é, ao mesmo tempo, contemplativo, junto com Maria. O Papa Francisco esteve já duas vezes em visita a Nossa Senhora na Basílica Romana de Santa Maria Maior, seja no primeiro momento para pedir a Maria pelo seu Pontificado, seja para rezar àquela que “nos ajuda a crescer, a afrontar a vida, a ser livres”. Ele também escolheu iniciar a sua visita ao Brasil com um ato devocional a N. Sra. Aparecida, como ficou claro em sua decisão de vir presidir a Jornada Mundial da Juventude.

quinta-feira, 30 de abril de 2015

01 de Maio: Dia dos Trabalhadores - São José e o trabalhador modelo; saiba o significado do feriado





Tornou-se bastante comum na nossa sociedade escolher “modelos” para servirem de inspiração às pessoas. Os mais conhecidos são os homens e as mulheres que servem de “modelo” para desfilar as roupas que são fabricadas ou que servem para ilustrar as revistas de moda que ocupam generosos espaços nas prateleiras das livrarias e dos mercados. Mas temos também o “produtor modelo”, “estudante modelo”, “operário modelo” e “santo modelo”.

Não desmerecendo os outros, para os cristãos, o “trabalhador modelo” é São José, esposo de Maria e pai adotivo de Jesus. Sem fazer grande alarde, ele cumpriu com seu ofício de “pai provedor” na carpintaria de Nazaré. Foi lá que obteve os recursos para dar de comer à sua família e lhe dar vida decente. Foi também lá que introduziu Jesus no mundo do trabalho. É o que afirmou de forma sábia São João Paulo II na Exortação Apostólica Redemptoris custos: “Se a Família de Nazaré, na ordem da salvação e da santidade, é exemplo e modelo para as famílias humanas, é-o analogicamente também o trabalho de Jesus ao lado de José carpinteiro”. E, mais do que isso, foi “graças ao seu banco de trabalho, junto do qual exercitava o próprio ofício juntamente com Jesus, que José aproximou o trabalho humano do mistério da Redenção” (RC, 22).

Do tempo de São José até os dias de hoje o trabalho passou por muitas mudanças. A maior delas se deu, certamente, com a Revolução Industrial. O regime de trabalho mudou, assim como também mudaram os instrumentos usados para o trabalho. As novas tecnologias dificultam a percepção de uma relação entre o trabalho no tempo de Jesus e o trabalho no mundo atual. Continuamente corre-se o risco de transformar o trabalhador em simples peça de engrenagem, que pode ser descartado quando deixa de cumprir com sua função.

Operários - Tarsila do Amaral
Na recente assembléia da CNBB, ao lançar um olhar sobre a conjuntura brasileira e, cientes de que não podemos calar “frente aos acontecimentos que interessam aos cidadãos”, publicamos uma Nota de alerta e convocação. Entre outras coisas, afirmamos que “a retomada de crescimento do País precisa ser feita sem trazer prejuízo à população, aos trabalhadores e principalmente aos mais pobres”. Alertamos que “a lei que permite a terceirização do trabalho, em tramitação no Congresso Nacional, não pode, em hipótese alguma, restringir os direitos dos trabalhadores. É inadmissível que a preservação dos direitos sociais venha a ser sacrificada para justificar a superação da crise”.

Aproveitemos, pois, as comemorações do Dia do Trabalhador e da Trabalhadora para reafirmar a dignidade da pessoa humana. Unamo-nos na luta pela geração de novos empregos e na preservação dos direitos dos trabalhadores. Olhemos para São José e, assim como ele, façamos do trabalho o meio de nossa santificação pessoal. Que Deus, por intermédio de São José Operário, abençoe os trabalhadores e as trabalhadoras.
Dom Canísio Klaus
Bispo de Santa Cruz do Sul (RS)
Saiba o significado desse feriado

Revolta de Haymarket
Comemorado no dia 1º de maio, o Dia do Trabalho ou Dia do Trabalhador é uma data comemorativa usada para celebrar as conquistas dos trabalhadores ao longo da história. Nessa mesma data, em 1886, ocorreu uma grande manifestação de trabalhadores na cidade americana de Chicago.

Milhares de trabalhadores protestavam contra as condições desumanas de trabalho e a enorme carga horária pela qual eram submetidos (13 horas diárias). A greve paralisou os Estados Unidos. No dia 3 de maio, houve vários confrontos dos manifestantes com a polícia. No dia seguinte, esses confrontos se intensificaram, resultando na morte de diversos manifestantes. As manifestações e os protestos realizados pelos trabalhadores ficaram conhecidos como a Revolta de Haymarket.

Parabéns à todos os trabalhadores, que sua força de trabalho seja dignamente reconhecida e que o exemplo de São José os inspire!


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