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“O mais necessário para o ecumenismo é, sobretudo, que pressionados pela secularização, não venhamos a perder quase inadvertidamente as grandes coisas que temos em comum, aquelas que por si só nos fazem cristãos”, afirmou.
O Papa falava no encontro com os representantes do Conselho da Igreja Evangélica Alemã (EKD), comitiva liderada pelo presidente do organismo, o pastor Nikolaus Schneider, confessando tratar-se de um “momento emocionante”.
O discurso considerou "um erro" que, ao longo de séculos, se tenha visto em primeiro lugar, aquilo que "separa" os cristãos e não tse tenha percebido "de modo essencial" o que têm em comum.
Aos cristãos, indicou Bento XVI, compete enfrentar conjuntamente o “contexto do mundo secularizado” e a “ausência de Deus” nesta sociedade, sem pretender “ser modernos adulterando a fé”.
“Naturalmente, a fé tem de ser novamente pensada e, sobretudo, vivida hoje de um modo novo, para que se torne algo que pertença ao presente, mas para isso não ajuda a sua adulteração”, alertou.
Para o Papa, não são as “táticas” que podem “salvar o cristianismo”, mas sim “uma fé pensada e vivida de modo novo, mediante a qual Cristo, e como ele Deus vivo, entre no mundo”.
“Num encontro ecuménico, não devemos só lamentar as divisões e as separações, mas também agradecer a Deus por todos os elementos de unidade que conservou para nós e incessantemente nos concede”, indicou, no discurso que apresentou durante uma oração decorreu na igreja do antigo convento dos Agostinhos (Augustinerkloster), local onde viveu Martinho Lutero (1483-1546) antes de promover a reforma que o levou à separação de Roma.
Durante a cerimónia ecuménica presidida pelo Papa e pelo responsável máximo do Conselho da Igreja Evangélica Alemã (EKD), pastor Nikolaus Schneider, foi lido um salmo da Bíblia, na tradução de Lutero.
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A celebração contou ainda com a presença de representantes das outras Igrejas protestantes germânicas, além de autoridades políticas como a chanceler alemã, Angela Merkel.
Bento XVI convidou a ver tanto “o pecado do homem, que se nega a Deus fechando-se em si mesmo” como “as vitórias de Deus, que sustenta a Igreja não obstante a sua fraqueza”.
“Dar testemunho deste Deus vivo é a nossa tarefa comum no momento atual”, acrescentou.
O Papa sublinhou a importância desse testemunho perante a “ausência de Deus”: “À medida que o mundo se afasta de Deus, vai-se tornando cada vez mais claro que o homem, na petulância do poder, no vazio do coração e na ânsia de prazer e felicidade, «perde» progressivamente a vida”.
“Neste tempo, o nosso primeiro serviço ecuménico deve ser testemunharmos juntos a presença de Deus vivo e, deste modo, dar ao mundo a resposta de que tem necessidade”, precisou.
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