Bento XVI chegou hoje a Berlim para a sua terceira viagem à Alemanha desde que foi eleito Papa, em 2005, uma iniciativa que tem, pela primeira vez, caráter de visita de Estado.
No aeroporto, o Papa foi recebido pelo presidente alemão, Christian Wulff, e pela chanceler Angela Merkel, para além de outras autoridades civis e religiosas e uma representação de católicos da Alemanha.
Bento XVI afirmou na cerimônia de boas vindas que a “indiferença crescente na sociedade” perante a religião pode colocar em risco a “convivência” entre todas as pessoas.
“A respeito da religião, constatamos uma indiferença crescente na sociedade, que, nas suas decisões, tende a considerar a questão da verdade sobretudo como um obstáculo, dando por isso a prioridade às considerações utilitaristas”, disse, ao ser recebido em Berlim pelo presidente alemão, Christian Wulff.No seu primeiro discurso na capital germânica, o Papa destacou que “a liberdade precisa de uma ligação primordial a uma instância superior” e que “o facto de haver valores que não são de modo algum manipuláveis” é a “verdadeira garantia” da liberdade.
A cerimónia de boas-vindas na primeira visita de Estado de Bento XVI à sua terra natal, seis anos após a sua eleição (abril de 2005) decorreu nos jardins do palácio, residência oficial do chefe de Estado alemão.
“Embora a minha viagem seja uma visita oficial que reforçará as boas relações entre a República Federal da Alemanha e a Santa Sé, não vim aqui primariamente por ter em vista certos objetivos políticos ou económicos, como justamente fazem outros homens de Estado, mas para encontrar o povo e falar-lhe de Deus”, precisou o Papa, numa intervenção sublinhada pelas palmas dos presentes.
Para Bento XVI, a “convivência” social exige uma “base vinculativa”, “caso contrário, cada um vive só para o seu individualismo”.
"A religião é um destes fundamentos para uma convivência bem sucedida", indicou.
O discurso papal assinalou a importância da “solidariedade”: “Só usando também as minhas forças para o bem dos outros é que posso verdadeiramente realizar-me como pessoa livre. Isto vale não só no âmbito privado mas também na sociedade”.
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